terça-feira, 14 de abril de 2009

Leia, se quiser


Vou discutir a minha relação comigo mesma. Às vezes, acho essa minha mania de analisar tudo, prejudicial. Neste momento resolvi fazer um backup de tudo que já fiz profissionalmente e balancear. (odeio química, balaceamentos e derivados.)
Vamos lá. A primeira experiência na Rede Bandeirantes (no extinto Esporte Total), que ocorreu por um acaso, sem dúvida, é a que mais gosto de relembrar. Foi a mais divertida, sem nenhuma pretensão, sem nenhuma carga profissional, sem responsabilidade.
Logo depois, engatei um trabalho que me rendeu toda a experiência profissional que tenho hoje. Infelizmente, ou felizmente, não tive visibilidade na Capital, mas no interior do estado de São Paulo, o programa semanal era muito visto. E também por se tratar de uma emissora de caráter religioso - a Rede Vida - o público que assistia era um tanto restrito. Foi nesta fase que conquistei meus primeiros desafetos, minha estréia no Fórum Central (como requerente!!); mas por outro lado fiz grandes contatos, alguns amigos e graças a este trabalho tive a honra de conhecer o maior ícone esportivo do país, Fiori Gigliotti.
Fiori me deu algumas chances na Rádio Record, na Capital e na Tupi AM. Foi um período bastante proveitoso, pois pude conviver com o mestre e absorver 0,0000001% da sua sabedoria.
Ainda depois disso, participei de um programa sobre animais, onde fazia um quadro que, definitivamente, não era a minha praia. Agradeço muito a oportunidade que a apresentadora me proporcionou, mas não era a minha cara.
Aí foi a vez do CNT Esporte. Foi um desastre, uma tragédia. Não que eu tivesse perdido a "manha" da televisão, mas convenhamos que fazer diariamente um programa, sem dormir, sem comer e sem conseguir raciocinar, no mínimo seria uma belíssima cagada. Sempre que alguém me diz: "ahhh eu lembro de vc na CNT!"; então eu respondo: "será q vc não poderia esquecer isso?". Acordava às 6 da manhã, ia para o colégio aqui na Mooca, saía às 12:30 para estar na Alameda Santos às 13:00. Não tinha tempo nem de ler o Lance! Chegava correndo, me trocava, me maquiava porcamente, sentava no estúdio. Às vezes dormia, às vezes conseguia dizer algo com algum sentido. Foi beem complicado.
Resolvi deixar o programa no dia do meu aniversário, que foi um dos piores que me lembro ter passado.
Sei reconhecer meus erros e acertos. O "perfeccionismo virginiano" me atrapalha? Com certeza, mas é o que me faz ser honesta comigo mesma.
Então, resolvi abandonar o seguimento esportivo. É uma decisão que tomei, não pelo fracasso narrado anteriormente, mas pela falta de motivação mesmo, pela falta de BONS colegas. Me cansei disso tudo.
Confesso que ao conversar com o Milton Neves ao vivo na RB, no último domingo, me fez repensar esta decisão. Não vou mentir, morro de saudades. Sinto falta até do cheiro de estúdio.
Hoje vi uma colega minha, que é quase minha vizinha, em um restaurante, sendo abordada pelas pessoas que a assistem. Me deu uma puta vontade de ser abordada de novo, de dar minha meia dúzia de autógrafos, de bater papo com as pessoas. Fazer o que eu amo e ser reconhecida é muito bom. Aquilo me fez feliz. Aquilo TUDO é o que me faz feliz.
Não desisto, recomeço. Estou esperando o momento certo para este renascimento. Estou esperando alguém para cortar esse "cordão umbilical".

Até outro dia.


Originalmente escrito em 06/Jul/2008

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